
Nada como aproveitar uma data comemorativa pra fazer a reativação anual do blog. Sim, bem como as mulheres tem seu o Dia Internacional, esse blog também tem seus dias anuais de atualização. Parte por relaxamento, parte por falta de vontade deste humilde aspirante a autor.
Então, vamos lá. Na história conhecida a comemoração tem essa data devido a um protesto (leia-se greve) de trabalhadoras de indústrias têxteis
A verdade, ou sua melhor versão, talvez esteja descrita no esquecido livro da autora canadense Renée Côté, “
O 8 de março de 1857 serviu pra encobrir outra greve, real e também proibida, ocorrida na Rússia de 1917, onde no meio da Primeira Grande Guerra, tecelãs e costureiras de Petrogrado iniciaram seus protestos no dia 15 de fevereiro do calendário russo, o que significava o nosso 8 de março. Sua luta era por pão e paz, algo muito mais essencial, caso pudéssemos fazer uma escala de necessidades humanas, do que “mais direitos e melhores salários”. Essa manifestação ficou conhecida como estopim da primeira fase da Revolução Russa, ou Revolução de Fevereiro.
Essa greve foi documentada nos escritos de Trotsky e de Alexandra Kollontai, membros do Comitê Central do Partido Operário Socialdemocrata Russo e ambos, depois, proscritos pelo stalinismo vencedor. Kollontai escreve: “O dia das operárias, 8 de Março, foi uma data memorável na história. Nesse dia as mulheres russas levantaram a tocha da revolução.”
Logo entende-se que, em meio à Guerra Fria, a Rússia não poderia servir de pátria-mãe de heróis ou heroínas. O contexto do mundo naquela época jamais permitiria isso. A vitória do Vietnã sobre o maior exército do mundo, o Livro Vermelho, de Mao Tse Tung, a Revolução Cubana, servindo de base para toda a América Latina, são apenas alguns exemplos pra ilustrar o quanto o mundo estava conturbado na época. Não poderia se dar mais esse orgulho aos comunistas, de terem inventado o Dia Internacional da Mulher.
No mundo ocidental, capitalista, os Beatles, Woodstock, a descoberta da pílula (atrelada ao livro Revolução Sexual e à libertação da mulher), revoluções sociais, o poder negro e a luta contra a ditadura, somada à queima de sutiãs em praça pública fizeram cair no esquecimento o fato de que o Dia da Mulher, no começo do século XX, era uma conquista comunista. Já os países comunistas voltaram a comemorar a data após a Segunda Guerra, porém com o intuito de exaltar seus governos e sua ideologia, sem essa de brigar pela causa libertária feminina.
Com a necessidade de livrar o mundo das garras dos comunistas, a ONU reconheceu em 1975 o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher. Em
Dadas as informações, cada um acredita no Dia Internacional da Mulher que quiser, no romântico, ou no social. De qualquer forma, revolucionárias mulheres, uni-vos cada vez mais pelos seus direitos e por igualdade de tratamento com o sexo masculino.